Aventura — Impulso Sombrio

Impulso Sombrio

Quem nunca não teve vontade de brigar com algum engraçadinho?

Seja por ter olhado de mais para sua mulher, ou em um bar, ao ter sua bebida derrubada por algum bêbado idiota. Fato é, todos os seres são testados diariamente, manter a calma é praticamente considerado ser civilizado, mas e quanto a você? Estudos recentes sobre a psicopatia, afirmam que, embora de fato estes seres careçam de sentimentos comuns como empatia, sofrem de um mal terrível, ligado à uma ira constante e crescente.

Pessoas com este tipo de aspecto, essa doença mental, podem viver como pessoas normais e, muitos às fazem, mas você... você não. Havia algo a mais do que simples psicopatia que mantinha-o em pé, fazendo o que deveria ser feito e, colocando o lixo para fora. Um senso de dever, um entendimento incomum sobre justiça. De toda forma, ao menos até então, havia conseguido controlar esse impulso, até agora.

Sexta-Feira. 07 de Junho — Capsula City

As noites em Capsula City nunca foram pacatas. Desde sua abertura, pessoas de todo mundo e, na verdade, até de outros planetas, continuam surgindo, aparecendo e ficando. Alguns para o bem, tornando-se grandes empresários, médicos e pesquisadores, mas muitos outros para o mal, jogados na rua a pura sorte. Com o crescente nos roubos, assassinato e crimes hediondos, uma cédula da policia fora criada, especialmente para lidar com esse tipo de criminoso.

Devido a sua experiência e olhos, havia sido escolhido como um desses.

Sua aventura inicia na sede principal, da Policia de Capsula City. A sala que está é diferente da de outros membros, contando apenas com você e mais três membros: faziam parte da mesma força especial que ambos. — Esse torneio de merda. Ele só vai servir pra mais e mais bandidos aparecerem. Só espero que fiquem longe, já temos casos o suficiente para o ano todo — Dissera o rapaz de cabelos negros, pele  vermelha e sobretudo marrom. Você sabia que ele não era um terráqueo, como você, mas suas capacidades únicas levaram-no ao mesmo caminho que você.

Seu nome era " Bell ", ou como muitos o chamavam. Não combinava nada aquele apelido.

A outra era uma garota, de no máximo vinte anos. Uma humana, mais ligada a parte cientifica. Seu nome era " Nova ". — Tá de mal humor de novo, Bellzinho? — Sorrira. O terceiro membro não estava presente.

— Mas e quanto a você, Darius. Precisa de ajuda neste caso?

O caso que está trabalhando atualmente é sobre uma série de assassinatos interligados - embora apenas você acredite nisso, ao menos por enquanto. Seus instintos levam a acreditar que seja o mesmo assassino, mas a forma como o Modus Operandi continua mudando, parece afastar o pensamento de um Serial Killer de todos os seus companheiros.

Fato é, sabia que o Assassino era alguém capaz de usar Chi, mas mais do que isso, haviam características específicas no corpo das vitimas que faziam-no acreditar que havia algum tipo de ligação. Como o fato de que, as vítimas eram sempre mulheres e a idade partia a partir dos trinta e três anos, mas diminuía em 1 a cada nova vítima.

— Ainda acha que é apenas um culpado? O... assassino da idade? — Ela gargalhou, nomeando-o daquela forma apenas para irrita-lo. Apesar disso, sabia que Nova era a pessoa que mais acreditava naquela hipótese levantada.
— O primeiro crime ocorreu a cinco meses atrás. Uma facada, embora tenhamos encontrado vestígios de Ki, foi só isso. O segundo ocorreu a quatro meses. Este, o corpo da garota fora encontrada com uma série de lacerações e traumas.
— Gosto da forma como pensa, mas... veja, ao menos dois destes casos que linkou, não tem qualquer tipo de ligação. Além da idade das garotas

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Você revirou o sistema atrás de algo que pudesse complementar as informações, mas, já havia feito isso antes. Indiferente do quanto tentasse, sempre aparecia as mesmas coisas e, certamente, aquilo começava a te irritar. O tempo, período e tudo mais. Na verdade, se ele fosse alguém que cometia os delitos em ciclos, certamente seu modus operandi havia mudado tanto quanto os seus últimos crimes. Na verdade, era como se aquele desgraçado sequer seguisse um código específico de quem ou como matar.

Contanto que fosse mulheres, e que suas idades tivessem um dígito a menos do que a anterior, ele mataria.

Mas, desde quando isso ocorre? E, melhor. Desde quando, de fato, haviam pistas sobre ele. Levando em consideração que cada crime ocorre a cada trinta dias e, que, busca cada vez pessoas com idades decrescente, poderia criar uma espécie de vigilia. A primeira vítima tinha por volta de vinte e cinco anos. Cinco meses passaram-se desde então, uma morrendo por mês.

No quinto mês, ou seja, o anterior a este, uma garota de vinte anos sumira da casa dos pais de maneira inesperada, sendo encontrada morta por asfixia três dias depois, em uma área descampada a noroeste da cidade cápsula. Algo a se notar é que, o assassino fizera o possível para conter a sua própria força, e asfixiou lentamente a sua vítima, antes de quebrar o pescoço da mesma. Com ela, já morta.

Juntando isto, ao fato de que, haviam encontrado rastros de Ki na primeira vítima, caso realmente fosse a mesma coisa, certamente era alguém com algum conhecimento sobre artes marciais. No mais, era isso que poderia deduzir, com as informações que detinha no momento. Era irritante falar isso, mas estava plenamente com as mãos atadas.

— Você não piscou. Nenhuma vez em trinta minutos. Isso é nojento, cara — Nova retornou a gargalhar.
— Mas sabe, eu não acho que esteja errado. Esse cara, ele realmente deve estar atacando essas mulheres. Mas porque fazer isso, dessa forma? — Ela parecia tão intrigada quanto você. — Oque acha de irmos até lá. No necrotério? Talvez encontremos algo que não vimos das primeiras vezes — Ela se levantou, praticamente não se importando com oque viria a seguir. Na verdade, era como se soubesse que a seguiria e acataria aquela ideia. Nova te conhecia o suficiente para saber o quão profundamente estava interligado à esse caso.

Junto a ela, levara um aparelho com um gatilho, de ponta quadrada, além de uma arma de energia. Ela não era uma lutadora, nunca foi. Você que deu algumas aulas de tiro para ela, oque ocasionou alguns ciúmes passageiros em sua "amada" namorada.

— Vou levar o K-9187 — Aquele era um aparelho novo, criado pela Corporação Capsula e uma estudante genial. Era capaz de ler o Ki de alguém com uma precisão incrível. Na base da policia, havia uma série de pessoas que já haviam sido registrados, tanto por suas digitais, quanto pelo seu Ki.

Uma técnologia absurdamente interessante. — Talvez encontremos algo que não notamos da primeira vez

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— Eu diria que não. É incomum terem um estudo tão profundo do Ki, já no necrotério. Tirando a nossa parte, nossa divisão, as coisas continuam normais e crimes terráqueos geralmente não necessitam de tanta atenção. Na verdade, eu só to nesse caso porque você tem muita certeza. Talvez esteja vendo algo que eu não esteja — Dissera.

Nesse instante, já estavam indo em direção à um pequeno elevador, ficando frente a frente. Ela pegou um celular, discou alguns números e se conectou com algum médico legista, que até então, não fazia sequer ideia do nome. — Aqui é Nova — Dissera. — Isso, isso mesmo. Queria saber se eu posso ir até ai, com um parceiro. Queríamos fazer mais algumas perguntas e, se possível, ver os corpos

— Oh, sim sim — Ela continua. Nesse instante, a porta do elevador se abre e estão numa parte inferior, uma garagem. Nova se dirige até um carro de coloração branca, grande. Bonito. — Certo, muito obrigada — Despediu-se e, então, apertou o botão da chave de seu carro.

— Não haverá médicos, mas um estagiário. Ele poderá nos ajudar lá — Finalizou.

E finalmente, partiram no carro. A viagem não demorou mais do que vinte minutos, e então, estavam frente a um outro prédio, paredes brancas e pouco chamativo. Havia uma dupla de guardas na entrada e, um homem de jaleco branco, moleque novo, esperando-os. Ao ver Nova, ele balançou a mão um tanto quanto feliz em vê-la.

— Vamos entrar

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Já no lado de dentro, passeavam por um longo corredor, repleto de salas de espera, administrativas e finalmente, por uma porta maior pesada, chegaram até o local esperado. O cheiro que envolvera suas narinas era diferente do esperado - na verdade, totalmente distoante de um morto. Comumente, o cheiro ferroso impregna até mesmo em suas roupas e cabelo e, horas depois, ainda sentiria-o.

Mas ali, não havia aquele odor específico, mas outro, tão terrível quanto. Nova cobriu o nariz enquanto o rapazote deu uma leve risada, colocando uma máscara e oferecendo a cada um de vocês, uma igual.

— Argh... Formol e Fenol. Eu odeio esse cheiro — Nova, antes de entrar no mesmo departamento que o seu, era uma especialista naquele tipo de trabalho e, isso explicava muito de seus contatos e, claro, disposição dos membros do necrotério para com ela. Mas algo que ela não revelava a todos era que, odiava o seu trabalho, antes, habitual.

A sala era grande, com mais uma porta a alguns metros a frente, sanfonada. Sua cor era totalmente branca, com uma luz forte que sobressaltava seus olhos. Havia muitos apetrechos, água e todas as outras coisas necessárias para o trabalho. O estagiário fora em direção à uma pequena cômoda, puxando uma gaveta até que dois arquivos pularam sob suas mãos.

— Senhorita Mei e... Shu — Ele deu uma para cada um de vocês.
— Vou buscar os corpos enquanto lêem — Ele suspirou. — Mas não há nada que realmente tenhamos deixado passar. Ao menos a parte física

E segundos depois, se fora para a outra sala.

Nova sentou-se numa cadeira, analisando meticulosamente cada traço, cada palavra. E, quanto a você, o relatório batia plenamente com oque havia sido entregue com a policia.

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Os corpos chegariam, um atrás do outro, em algum momento.

Haviam acabado a leitura, de ambos os procedimentos e, fato é, nada ali era diferente do esperado. Na verdade, chegava a ser frustrante para você que não tivesse encontrado qualquer pista até aquele breve momento. Nova, por outro lado, parecia empolgada. Ela levantou-se e retirou rapidamente o mesmo apetrecho de outrora, apontando para os corpos. — Comumente, um corpo fica totalmente sem Ki ao morrer. Mas este equipamento, cria uma pequena quebra no magnetismo, ao redor do corpo, e força a essa energia, a aparecer uma segunda vez — Ela o explicava um pouco mais a fundo, para que não ficasse qualquer dúvida.

— Além disso, mesmo depois de dias, o Ki de outros podem aparecer no corpo. É uma leitura muito profissional e completa

Apesar disso, eram informações de extrema importância para ti.

Segundos passaram-se. Ambos os corpos foram cobertos por uma luz vermelha forte, que escaneava cada centímetro de seus corpos já desfalecidos. Em algum momento, após a leitura, Nova dera leves batidas no aparelho e, em seguida, trocou suas baterias. — Não sei, não me parece certo

— Eles não estão tendo qualquer tipo de leitura
— Este corpo, outrora, não havia aparecido um Ki em seu corpo? — Perguntara sobre Shu, para o auxiliar.
— Bem... sim. Mas as vezes seu aparelho está com problemas — O rapaz respondeu.

Nova então apontou seu aparelho para ele, escaneando. — Veja. Está funcionando

Todos olharam para você.

— Oque acha que pode ser?