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[Rotineiro] Céu

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Dom Jun 23, 2024 6:32 pm

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Solidão.

Eis o álibi e a punição dos homens. Onde as perguntas despertam e a ferocidade dos sentimentos parece se superar a cada instante. Todos os seres, invariavelmente, parecem fugir desse dito. Alguns, através de diversas atividades, buscam incessantemente distrair suas mentes na intenção de não lidarem verdadeiramente com seus próprios sentimentos. É ali, então, onde essas emoções começam a ser escondidas no mais recôndito local de suas almas, aprisionadas pelo próprio ego do indivíduo, incapazes de lidar com suas próprias dúvidas e contradições.

Sejam os anjos ou os demônios.

Apesar disso, ainda que a solidão seja inevitável, a maneira como cada ser lida com ela é diferente. Alguns abraçam-na, enquanto outros se desesperam diante dela e fazem de tudo para afastá-la. Essa é a história de um ser que, por grande parte da vida, não soube se deveria abraçar sua própria solidão ou se desesperar diante dela. Talvez, inconscientemente, ele tenha se desesperado mais vezes do que abraçado-a e, por isso, tenha vivido tanto tempo em busca de sua própria satisfação. Planos, histórias, pensamentos longinquos; tudo isso apenas para que ele não lidasse com o fato de não entender sua própria existência, sua própria essência.

O que adormecia dentro de si.

Quando se deu conta do desfiladeiro à sua frente, Seth não pôde fazer nada além de parar por alguns instantes. Fazia algum tempo que ele caminhava sem destino aparente. Não havia encontrado vida naquele planeta distante e, por um momento, se perguntou se realmente existia alguma ali. Isso, porém, não parecia preocupá-lo de maneira alguma. De alguma forma, a própria percepção de Seth acerca de sua jornada era um tanto quanto imparcial. Não tinha grandes expectativas acerca daquele planeta, apesar de, em alguma parte de si mesmo, torcer para encontrar algum estilo de vida. Essa torcida era única e exclusivamente para que Seth pudesse, finalmente, deixar aquele lugar.

Quanto a solidão?

Seth a ignorava como havia feito a tanto tempo. — É um planeta um tanto quanto feio. — Comentou, enquanto flutuava levemente em direção ao solo. Tudo que podia ver até ali era uma imensidão avermelhada de um planeta arenoso e empedrado. Diversas rochas e penhascos o cercavam, formando um deserto que parecia interminável. Tudo que podia ouvir era o som dos ventos, num sussurro interminável. Esse som, porém, era interrompido pelo barulho de um motor. Não haviam sinais de qualquer nave por ali, até então, Seth olhou para os céus, mas não pôde ver nada. Até que, de repente, uma grande nave mergulhou de uma parte distante do céu, caindo em direção ao solo como um meteoro. A queda aconteceu há muitos metros de Seth que com olhos curiosos, observou a explosão.

— Oh! — Ele soltou, em dado momento, simulando certa surpresa. — Que tragédia, não é? — Ironizou, sem quaisquer tipo de pesar em sua voz. Começando a caminhar em direção a dada nave, a curiosidade do rapaz havia sido despertada tal que ele precisava averiguar tanto quem estava na dita nave, quanto que nave era aquela. Havia um leve sorriso em seu rosto ao passo que ele dava pequenos saltos enquanto caminhava, parecia um tanto quanto animado com o que estava por vir.

Spoiler:
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Sex Jun 28, 2024 11:48 pm

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Esta fria animação cujo aspecto pouco empático parecia surgir de um saudosismo à tragédia, movia Seth em direção ao acidente recém ocorrido. Ao passo que se aproximava, fogo e fumaça subiam em uma dança crepitante junto aos destroços de uma nave um tanto quanto destruída. Os restos da embarcação sugeriam uma ínfima possibilidade de sobrevivência dado o próprio estado o aço e das peças que compunham aquele meio de transporte. Ainda assim, a curiosidade do seraphim não podia ser suprida por mera suposição, o que o fazia se aproximar cada vez mais dos restos daquela nave.

O crepitar do fogo aumentava de volume à medida que se aproximava. Em poucos metros, já era capaz de ver os destroços a um palmo de seu corpo, o que era suficiente para que seus olhos curiosos começassem a inspeção. Saltitou por todos os lados, evitando o fogo e, contraditoriamente, desafiando-o ao mesmo tempo. Não tinha força o suficiente para mover qualquer placa ou vergalhão que ali estava disposto, o que o limitava inteiramente a um olhar analista acerca da situação. — Hmmmmm... Murmurava, quase que como um médico consultando um moribundo. A nave não era, especialmente, muito grande. A impressão que se passava era que ela possuía espaço o suficiente para duas ou três pessoas, provavelmente, dada a quantidade de ferro e destroços que ela produziu. A parte interna havia se despedaçado completamente, assim como a parte frontal, onde a vidraça parecia ter se estilhaçado durante o impacto ou, até mesmo, antes durante o atrito da queda. — Alôoooo??!! — Chamou, Seth. Sua voz, inocentemente, parecia não conter qualquer tipo de maldade ou ganância.

Ledo engano.

— So-socorro. —

— Hm? — Pôde jurar ter ouvido algo. Um ruído, talvez? Os ventos movendo a areia ou, então, passara tanto tempo solitário que sua mente começara a lhe pregar peças? — Socorro... — Ouviu novamente. Um sussurro, quase que inaudível. Não estava louco afinal; pelo menos, não mais louco do que habitualmente. — Ora! Temos um sobrevivente? — Naquele momento, avivou-se em Seth um sentimento de euforia, não propriamente da possibilidade de salvar uma vida, mas a de descobrir algo. — Onde estás, mi amigo? — Gritou, Seth, buscando encontrar aquele sobrevivente. O silêncio procedeu suas palavras, para que pudesse ouvir uma resposta. No entanto, nada foi dito por longos segundos. — Alo? — Voltou a inquirir e então, finalmente ouviu. — A-aqui... — Uma voz distante, porém, audível o suficiente para os ouvidos atentos do Seraphim. — Eu estou aqui... — A sequência de frases fora suficiente para que os olhos de Seth seguissem o som e, então, chegassem à um ponto não muito distante dali.

Entre as ferragens, a face de um ser ensanguentado, cuja coloração azulada parecia característica de sua própria raça. Antenas sobressaíam sobre sua cabeça que era a única parte do corpo realmente visível entre todo aquele aço. — Me ajude. — Implorava o homem. Onde estava, o fogo ainda não havia alcançado, o que permitiu que Seth subisse sobre as ferragens para se aproximar. — Arh! — Reclamou o homem. Aparentemente, Seth havia subido em um local que fazia as ferragens pressionarem ainda mais o moribundo. O Seraphim se agachou até que seu rosto estivesse muito próximo ao do ferido.

— Quem é você, rapaz? — Ele perguntou.

Spoiler:
Seth
Seth


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