[Convivência] Pai e Filho.

Ter maio 28, 2024 12:01 pm

Pai e Filho.

Os raios do dia amanheciam, trazendo para fora todo o esplendor daquela estrela brilhante no céu. As catedrais e construções altas da Capital do Império reluzia ao longe, marcada pela boca influência e nobreza, que era o sinônimo de muito luxo e condições de primeira mão. O céu azul estava em um tom rosa, algumas nuvens tinham o seu teor esbranquiçado. Mas não deixava de ser uma bela paisagem, principalmente se vista do alto. Ah, o planeta dos Saiyajins, um novo lar, de volta às raízes antigas. A era da conquista. As origens que há 120 anos, se perdeu quando Vegeta e Nappa chegaram na Terra.

Do alto da sacada mais alta, entre todos os prédios daquele mundo, o palácio real era o que mais prevalecia, tanto em sua exuberância como também em graciosidade. Mas ali no topo, havia uma pessoa, não, duas pessoas, uma estava sendo segurada por mais firmes e grandes, talvez a figura maior alcançasse facilmente os dois metros de altura. Hm, um pouco mais. Entre seus braços havia um menino, seus olhos levemente esverdeados brilhavam com o nascer do sol, assim como os olhos negros do homem, que mesmo repletos da mais escura cor, conseguiam refletir o brilho do divino.

A cidade toda parecia brilhante, exceto pelos pontos mais baixos, que por alguma razão, permaneciam apagados. Mas o garoto na época não fazia ideia do que era. Agarrado aos braços do seu pai, as mãos fofas tocavam o tecido da roupa do Saiyajin primitivo, lhe dando a sensação de conforto e um porto seguro. — Veja filho — Falou o homem, com sua voz imponente. — Tudo o que o sol toca, um dia será seu. — Falava, apontando para as construções iluminadas. O garoto então observou os pontos mais escuros e perguntou: — E aquela parte escura aí? — Era inocente. E como era puro. — Aquilo ali, aquele lugar, você não deve ir lá. É tudo que tem que saber. — O homem esticou os dedos sobre a cabeça de seu primogênito, e o acariciou com amor paterno.

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Ter maio 28, 2024 12:58 pm

Pai e Filho.

— Mas tudo isso será meu? É tudo tão grande. — Dizia o garoto, se movendo sobre o corpo colosso de seu pai e sentando sobre sua nuca, segurado seus fios longos e negros. — Porque você ainda não cresceu. Um dia, quando estiver no meu lugar, crescido e maduro, saberá o que eu quero dizer. Por hora, contente-se em aprender tudo o que for necessário para ti, um dia, irá usar, e espero que use com sabedoria. — Claro que aos nove anos de idade, o jovem Ryujiki não saberia tão claramente o sentido daquelas palavras. Não por aquele momento, por conta de ser uma criança inocente.

Antes que o menino pudesse fazer mais alguma coisa, o homem exibiu um sorriso e segurou as pernas de seu rebento, movendo a cabeça para olhá-lo. — Vamos, eu vou te levar para passear, e não conte para sua mãe sobre o que eu vou fazer, combinado? — Questionou o homem, simpático, gentil, nem parecia o mesmo monstro que fez um abate insano que durou uma centena de dias. — Claro, é promessa de mindinho! — Falou o garoto com um sorriso, estendendo seu mindinho. Como o dedo do homem tinha o quádruplo de tamanho de uma criança, apenas encostou a ponta. — Trato feito. — Confirmou.

“Você culpa os seus pais por tudo. Isso é um absurdo! São criança como você, o que você vai ser quando você crescer? ♪”

Assim, o homem o segurou nos braços como seu bem mais precioso e sua aura irradiou através do seu corpo. Era hora de voar. E no instante seguinte, seus pés já não tocavam o solo. Ryujiki poderia sentir o flutuar e a energia que transbordava de seu progenitor. No instante seguinte, eles estavam alcançado o céu. As nuvens deixavam aquele mundo tão pequeno, a sensação era ser maior que o mundo. Maior do que todos, com o vento contra o rosto, zunindo nos ouvidos, por um momento, o príncipe se sentiu livre. Havia toda uma pressão pelo fato de ser filho do rei, mas estando ali, voando, era como viver sem regras ou responsabilidades.

— Veja filho, você já ouviu falar do Conto de Ihari? — Questionou o homem, observando ao longe enquanto voava, o que despertou a curiosidade de sua criança.

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Ter maio 28, 2024 1:19 pm

Pai e Filho.

— Não. Nunca ouvi falar, do que se trata? — Questionava o menino, com os olhos brilhando de curiosidade. Enquanto isso, suas pernas se movia para lá e pra cá enquanto era segurado, porque tinha um sério problema com energia e não conseguia ficar parado, sendo literalmente hiperativo. — Neste mundo existiu um antigo inventor, chamado Daerus. Daerus possuía um filho, chamado Ihari. — Explicava calmamente enquanto olhava para frente, passando através de uma nuvem. — Um dia, para aprender a voar, construiu asas de barro, moldada e projetada para ser uma cola, cuja qual segurava as pernas de ferro. — Dizia. O garoto precisava tentar manter o foco o tempo todo, o que era meio difícil já que era fácil se distrair com aquela vista lá embaixo.

Mas ele conseguia captar as palavras do rei. — E aí? — Instigava o homem a continuar. — Fugiram da cadeia de onde estava e voaram, alcançando os céus. Mas Daerius havia advertido Ihari, de que por mais que amasse a liberdade de voar, que nunca voasse muito perto do mar, pois suas asas seriam molhadas, ou muito perto do sol, pois as penas derreteram e ele em ambas as hipóteses, cairia no mar. — Contava, baixando o olhar para observar seu filho, a fim de se certificar de que estava prestando atenção. Seu olhar estava na cidade por aquele momento, mas voltou-se para a do homem.

— Isso é muito arriscado mas que bom que o homem tinha encontrado algo, certo, papai? — Questionava o menor. — Bem mais ou menos, preste atenção no que eu vou dizer agora. — Pedia o homem com um sorriso gentil. Como era caloroso e educado. — Ambos voaram pelos céus, em uma fantasia de ar livre. Livres como pássaros, cuja gaiola foi aberta e suas asas libertas. O ser mais livre desse mundo, são os pássaros e naquele momento, eram os mais livres do mundo, por imitarem pássaros. — Dizia.

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Ter maio 28, 2024 1:36 pm

Pai e Filho.

— Ihari, fascinado pela sua liberdade e desenvoltura sobre suas novas asas e a sensação de voar, empolgou-se. E mesmo os gritos de advertência de Daerius, Ihari se perdeu, pego pela sua própria emoção, a liberdade que havia tomado conta do seu ser. Nem mesmo a proteção de um pai poderia alcançá-lo naquele momento. — O rei assumiu um semblante triste. — Ihari naquele momento, voou muito perto do sol. Voou tão alto em suas acrobacias, tão maravilhado com o que tinha, que suas asas derreteram e ele despencou no céu. — Aquela parte era ruim. Claro que era, assumiria um tom de tragédia, de tristeza pelo fato do destino cruel de Ihari. — Poxa papai. Isso é muito triste. — Comentou o garoto, engolindo em seco.

— É, não é? — O homem o segurou mais firme entre suas mãos grandes, dando ainda mais conforto e segurança do jovem filho. — Então, Ihari voou muito perto do sol. Não foi nem por ter voado muito baixo, perto do mar. Ele escolheu desequilibrar em sua liberdade, voando para o alto. E no fim, ele morreu. Morreu afogado, no mar. — A outra mão envolveu a pequena sementinha que o próprio rei havia criado. — Há uma coisa que eu quero te dizer com tudo isso, filho. — Mizuchi envolveu um pequeno sorriso ao menor.

— É uma lição. Eu tenho te dado várias lições ao longo do tempo, não é? Essa é só mais uma delas. — Dizia o mais velho e voaram em linha reta, em direção ao céu, alcançando seu limite, entre a borda do planeta e o espaço, onde era possível ver as estrelas e do sideral e as minúsculas construções e vastidão planetária. O planeta Saiyajin. — Aprecie a vista filho. Quando voar um dia, verá esse planeta mais vezes, desse jeito. — Pediu o homem, olhando para baixo ao observar o seu território. O menino fez um perfeito arco com sua boca, maravilhado com a sua vista. — É lindo. — Exclamou.

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Ter maio 28, 2024 2:16 pm

Pai e Filho.

— Mas o que eu quero dizer. É, leve isto para toda a sua vida, eu não estarei aqui para sempre. Mas, nunca voe perto demais do mar, mas também, nunca voe muito perto do sol, você sempre deve buscar um equilíbrio. Colocar na balança o que deve pesar com uma bendita conformidade. — Dizia o homem. E nesse momento, ele segurou seu filho por baixo dos braços, o erguendo ao alto enquanto flutuava. — O Império e a sua identidade, sua liberdade. Você deve encontrar um equilíbrio nisso tudo. Mas lembre-se, o Império vai ser o alicerce da sua vida, quando couber usar as leis Saiyajins, use-as sem dó, sem nenhum pingo de hesitação. — Dizia.

— Quando entender que a prioridade é a sua casa, o seu lar, servir ao Império vai ser parte crucial da sua balança. Somente em alguns casos em que usa o próprio senso, mas creio que não vá acontecer. O império sempre, entende? — Questionou, fitando seu filho nos olhos. — Só assim, você pode voar de uma forma equilibrada, servirá como Rei. Servirá como um cidadão Saiyajin da Nobreza. Quando os problemas acontecerem, você saberá qual aplicar, a solução, e será pela lei do Império. Entendeu? — Inquiria outra vez o monarca.

— Entendi papai. O Império vem primeiro. Sempre. Não é? Nascido no império, morrerá como um servente do Império. — Foi a conclusão daquela criança. — Sim. Salvo se você for um estrangeiro, não há direitos, somente servidão e escravidão. Nunca será parte do império senão apenas um estorvo que se rebelou contra a Monarquia. A Monarquia deverá prevalecer, para lembrá-los do que somos feito. Saiyajins uma raça guerreira, aquela que possui o maior potencial do Universo. Você, um Saiyajin com grande potencial, todos nós, exceto os de Classe Baixa, entende? — E o homem começou a balançar levemente seu filho, fazendo ele rir enquanto balançava as pernas e braços. — Entendi papai! — Dizia ele.

“Vamos pra casa. Mamãe deve estar esperando.”

“Sou um grão de areia!
Sou uma gota d'água aaah!
Você me diz que seu pais não lhe entendem
Mas você não entende os seus pais! ♪”

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